Tipos de previdência privada e como escolher a melhor opção para você
Segato Contabilidade • 17 de junho de 2025

O planejamento da aposentadoria é um dos pilares da segurança financeira a longo prazo. No Brasil, a previdência privada surge como uma alternativa à Previdência Social, permitindo que os investidores construam uma reserva complementar para garantir qualidade de vida no futuro. No entanto, escolher o plano certo exige conhecimento sobre as opções disponíveis, os benefícios fiscais e as condições de resgate.


Neste artigo, vamos explorar os
principais tipos de previdência privada, seus diferenciais e como identificar a melhor escolha para o seu perfil financeiro.


O que é a previdência privada e como ela funciona?


A previdência privada é uma
modalidade de investimento de longo prazo criada para complementar a aposentadoria oficial do INSS. Ela permite que o investidor acumule um patrimônio ao longo dos anos, garantindo maior estabilidade financeira no futuro. Ao contrário da Previdência Social, que segue regras padronizadas e obrigatórias, a previdência privada é administrada por instituições financeiras e seguradoras, oferecendo maior flexibilidade na escolha de valores de contribuição, tipo de tributação e forma de resgate.


Esse tipo de investimento é amplamente utilizado por quem deseja planejar a aposentadoria de forma mais personalizada, com
possibilidade de rendimentos superiores aos oferecidos pelo sistema público. Além disso, ele pode ser uma alternativa para sucessão patrimonial e planejamento tributário, já que oferece benefícios fiscais e permite que os recursos sejam transferidos aos herdeiros sem a necessidade de inventário.


Como funciona a previdência privada?


A previdência privada opera de maneira relativamente simples, mas exige um
planejamento cuidadoso  para garantir que os objetivos financeiros do investidor sejam atingidos. O funcionamento segue os seguintes passos:


Escolha do plano


O investidor seleciona um plano
adequado ao seu perfil e objetivo financeiro, podendo optar entre PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).


Contribuições periódicas


O
valor e a frequência dos aportes são definidos pelo investidor, podendo ser mensais, trimestrais, anuais ou mesmo aportes esporádicos.


Aplicação dos recursos


O dinheiro investido é direcionado para fundos de previdência, que podem ter diferentes perfis de risco, desde
conservador (renda fixa) até arrojado (ações e multimercado).


Rentabilidade e acumulação


Com o tempo, o capital investido gera rendimentos, dependendo do tipo de fundo e da estratégia adotada.


Resgate ou conversão em renda


O saldo acumulado pode ser resgatado de forma
total ou parcelada, ou convertido em uma renda mensal vitalícia ou por prazo determinado.


Além desses aspectos, a previdência privada oferece vantagens como
diferimento fiscal, o que significa que os impostos só são cobrados no momento do resgate, permitindo um crescimento mais eficiente do capital ao longo dos anos.


Principais características da previdência privada


  • Personalização

O investidor define o valor e a frequência das contribuições, além de poder escolher entre diferentes tipos de fundos de investimento.


  • Flexibilidade no resgate

O saldo pode ser retirado integralmente ou transformado em renda mensal, de acordo com a necessidade do beneficiário.


  • Benefícios fiscais

Dependendo do tipo de plano, é possível obter deduções no Imposto de Renda e pagar menos tributos no momento do resgate.


  • Planejamento sucessório

Os recursos aplicados podem ser transferidos diretamente para os beneficiários, sem necessidade de inventário, facilitando a sucessão patrimonial.


  • Variedade de investimentos

Existem fundos com diferentes estratégias, permitindo ao investidor escolher entre maior segurança ou maior potencial de rentabilidade.


A previdência privada é, portanto, uma excelente alternativa para quem deseja construir um patrimônio para o futuro com
segurança e flexibilidade.


Principais tipos de previdência privada


Os planos de previdência privada são divididos em dois modelos principais: PGBL e VGBL. A escolha entre esses modelos deve levar em consideração o perfil tributário do investidor, seus objetivos financeiros e a forma como pretende resgatar os recursos no futuro.


PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre


O PGBL é uma opção vantajosa para contribuintes que fazem a declaração do Imposto de Renda no
modelo completo. Seu principal benefício é a possibilidade de deduzir até 12% da renda bruta tributável anual, o que reduz o valor do imposto a pagar no curto prazo.


Porém, é importante destacar que no momento do resgate, a
tributação incidirá sobre o valor total acumulado, incluindo tanto o capital investido quanto os rendimentos obtidos ao longo dos anos.


Além disso, ele pode ser utilizado em conjunto com outras formas de investimento para um planejamento tributário mais estruturado.


VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre


O VGBL é mais indicado para investidores que optam pelo
modelo simplificado de declaração do Imposto de Renda ou que já utilizam o limite de 12% da renda bruta para outras deduções, como contribuições para o INSS ou para fundos de pensão.


Diferente do PGBL, o VGBL não oferece dedução fiscal nas contribuições, mas possui uma
tributação mais vantajosa no momento do resgate, já que o imposto incide apenas sobre os rendimentos e não sobre o valor total acumulado.


Diante disso, é um tipo ideal para investidores que buscam uma estratégia de longo prazo sem impacto imediato na carga tributária.


Regimes de tributação na previdência privada


Além da escolha entre PGBL e VGBL, outro fator determinante para a eficiência da previdência privada é o regime de tributação, que
impacta diretamente os impostos pagos no momento do resgate.


A tributação pode ser escolhida no momento da adesão ao plano, e a decisão deve considerar a estratégia de resgate e o tempo de permanência no investimento.


Tabela progressiva


A tabela progressiva segue as mesmas regras do Imposto de Renda convencional, onde as alíquotas variam de
0% a 27,5%, dependendo do valor resgatado. Isso significa que, quanto maior o montante resgatado ou recebido mensalmente, maior será a alíquota aplicada.


Indicado para:


  • Quem pretende resgatar o dinheiro em parcelas menores, evitando faixas de alíquotas mais altas.
  • Investidores que desejam utilizar a previdência como uma renda complementar, e não como um saque único.
  • Pessoas que possuem uma renda mais baixa na aposentadoria, o que pode resultar em alíquotas menores no IR.


Tabela regressiva


A tabela regressiva é voltada para investidores que planejam manter o dinheiro investido por
longos períodos, pois as alíquotas diminuem de acordo com o tempo de aplicação. Quanto mais tempo o valor permanecer investido, menor será a tributação no momento do resgate.


A tributação começa em 35% para resgates feitos antes de dois anos e pode chegar a apenas 10% para investimentos mantidos
por mais de dez anos, tornando essa opção ideal para quem pensa no longo prazo.


Indicado para:


  • Quem pretende manter o dinheiro investido por mais de dez anos para pagar menos imposto.
  • Investidores que planejam fazer resgates únicos ou saques periódicos sem impacto significativo na carga tributária.
  • Quem deseja pagar a menor alíquota de IR possível em sua previdência privada.


Como escolher a melhor previdência privada para você?


A escolha de um plano de previdência privada deve considerar diversos fatores, como perfil tributário, objetivos financeiros, tolerância ao risco e prazo de investimento. Além de ser uma estratégia eficiente para a aposentadoria, essa modalidade também pode ser utilizada para o planejamento patrimonial e sucessório, garantindo segurança financeira para o futuro.


No entanto, antes de tomar uma decisão, é essencial avaliar cuidadosamente alguns pontos para escolher a opção que melhor atende às suas necessidades.


1. Analise sua situação tributária


A escolha entre PGBL e VGBL está
diretamente ligada ao seu modelo de declaração do Imposto de Renda.


Se você
declara o IR no modelo completo, o PGBL pode ser a melhor escolha, pois permite a dedução de até 12% da renda bruta tributável. Isso reduz o imposto devido no curto prazo, tornando-se um benefício fiscal interessante.


Se você declara no
modelo simplificado ou já atingiu o limite de dedução fiscal, o VGBL tende a ser mais vantajoso, pois sua tributação no resgate incide apenas sobre os rendimentos, e não sobre o valor total acumulado.


Essa decisão deve levar em conta sua
carga tributária atual e as expectativas para o futuro, garantindo uma estratégia eficiente de otimização fiscal.


2. Defina seu horizonte de investimento


O tempo que você pretende deixar o dinheiro investido é outro fator crucial para determinar a melhor estratégia de tributação.


Se o investimento for de longo prazo (mais de 10 anos), a tabela regressiva de tributação pode ser mais vantajosa, pois a alíquota do IR diminui ao longo do tempo,
podendo chegar a apenas 10% para resgates após uma década.


Se o prazo for mais curto, a tabela progressiva pode ser mais interessante, pois segue o modelo do Imposto de Renda convencional, variando de
0% a 27,5%, dependendo do valor resgatado.


Essa escolha impacta diretamente o imposto pago no momento do resgate, sendo fundamental considerar suas metas financeiras e necessidades futuras.


3. Avalie os custos do plano


Os planos de previdência privada possuem algumas taxas administrativas que podem impactar a rentabilidade do investimento ao longo dos anos. As principais são:


Taxa de administração:
cobrada anualmente sobre o patrimônio investido, pode variar entre 0,5% e 3% ao ano, dependendo do fundo escolhido. Quanto menor essa taxa, melhor a rentabilidade líquida.


Taxa de carregamento
: cobrada sobre os aportes ou resgates, pode ser de entrada (sobre cada contribuição feita) ou de saída (incidindo no resgate dos recursos). Muitos fundos já oferecem isenção dessa taxa, tornando-se opções mais atrativas.


Antes de contratar um plano,
compare as taxas entre diferentes instituições financeiras e verifique se o custo-benefício justifica a escolha.


4. Escolha o perfil de investimento adequado


A previdência privada oferece diferentes tipos de fundos, que podem variar de acordo com o
nível de risco e potencial de retorno. A escolha do fundo ideal depende do seu perfil de investidor e da sua tolerância ao risco.


Conservador: Fundos com
maior exposição a renda fixa, como títulos do Tesouro e CDBs, oferecem menor volatilidade e mais segurança para quem prioriza estabilidade.


Moderado: Fundos multimercado, que
combinam renda fixa e variável, buscam um equilíbrio entre segurança e retorno potencial.


Arrojado: Fundos com
maior alocação em ações e ativos de risco, que podem oferecer rentabilidade mais alta no longo prazo, mas também estão sujeitos a oscilações do mercado.


Se você busca
segurança e previsibilidade, um fundo de renda fixa pode ser a melhor escolha. Já para quem deseja maior valorização patrimonial  e aceita alguma volatilidade, fundos multimercado e de ações podem ser alternativas interessantes.


Perguntas frequentes


  • O que é e como funciona a previdência privada?

    A previdência privada é um investimento de longo prazo para complementar a aposentadoria. O investidor faz aportes periódicos, e o dinheiro é aplicado em fundos escolhidos conforme seu perfil, podendo ser resgatado no futuro ou convertido em renda mensal.

  • Quem pode investir em previdência privada?

    Qualquer pessoa pode investir em previdência privada, independentemente da idade ou profissão. É uma alternativa interessante para quem busca um complemento à aposentadoria ou deseja utilizar o plano para planejamento sucessório e proteção patrimonial.

  • Quando escolher PGBL ou VGBL?

    PGBL é indicado para quem faz a declaração completa do IR e deseja deduzir até 12% da renda tributável. VGBL é mais vantajoso para quem faz a declaração simplificada ou já atingiu o limite de dedução.


  • Qual a previdência privada mais vantajosa?

    Depende do perfil do investidor. O PGBL pode ser melhor para quem busca benefício fiscal no IR, enquanto o VGBL é mais adequado para quem quer evitar tributação sobre o capital investido no resgate.


  • Quais são os tipos de planos de previdência privada?

    Os principais são PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Além disso, há diferentes perfis de fundos, como conservador, moderado e arrojado, que influenciam a rentabilidade e o risco.


  • Quais são as desvantagens do VGBL?

    O VGBL não permite dedução no Imposto de Renda e pode ter taxas de administração elevadas. Além disso, a tributação incide sobre os rendimentos no resgate, o que pode reduzir os ganhos líquidos.

  • Para quem é indicado o VGBL?

    É ideal para quem faz a declaração simplificada do IR, já atingiu o limite de dedução com outros investimentos ou deseja evitar tributação sobre o valor total investido no momento do resgate.


  • Quanto custa um plano de previdência privada por mês?

    O valor varia conforme o plano escolhido, podendo partir de R$ 100 a R$ 500 mensais ou mais. Além dos aportes, é preciso considerar taxas de administração, carregamento e rentabilidade do fundo.

  • Quantos anos tem que pagar a previdência privada para se aposentar?

    Não há um tempo mínimo fixo. O período de contribuição depende do objetivo do investidor, podendo variar entre 10, 20 ou mais anos, conforme o valor acumulado necessário para garantir a renda desejada na aposentadoria.

  • Quais são os regimes de tributação da previdência privada?

    Os planos de previdência privada podem ser tributados pela tabela progressiva, onde a alíquota varia de 0% a 27,5% conforme o valor resgatado, ou pela tabela regressiva, que começa em 35% e pode cair para 10% após dez anos de investimento.


  • Como escolher entre a tabela progressiva e regressiva?

    Se o investimento for de curto prazo, a tabela progressiva pode ser mais vantajosa. Para quem pretende manter o dinheiro investido por mais de 10 anos, a tabela regressiva pode ser a melhor escolha, pois a alíquota do IR diminui ao longo do tempo.


  • Posso resgatar o dinheiro da previdência privada antes da aposentadoria?

    Sim. O investidor pode fazer resgates antes da aposentadoria, mas é necessário observar o prazo de carência do plano e a tributação aplicada. Além disso, resgates antecipados podem reduzir os benefícios fiscais e comprometer os rendimentos acumulados.


  • Quais são os custos envolvidos na previdência privada?

    Os principais custos são a taxa de administração, cobrada anualmente sobre o capital investido, e a taxa de carregamento, que pode incidir sobre aportes ou resgates. Algumas instituições oferecem planos sem taxa de carregamento, o que melhora a rentabilidade.


  • O que acontece com a previdência privada em caso de falecimento do titular?

    Os valores acumulados são transferidos diretamente para os beneficiários indicados no plano, sem a necessidade de inventário. Isso garante liquidez imediata e evita burocracia no processo sucessório.


  • É possível fazer aportes esporádicos na previdência privada?

    Sim. Além das contribuições regulares, muitos planos permitem aportes adicionais, possibilitando um aumento do saldo investido conforme a disponibilidade financeira do investidor.


  • A previdência privada tem algum tipo de proteção contra crises financeiras?

    A solidez do investimento depende do fundo escolhido. Planos mais conservadores tendem a ser mais estáveis, enquanto os arrojados podem sofrer oscilações em momentos de crise. A diversificação da carteira é fundamental para mitigar riscos.


  • A previdência privada é resgatável a qualquer momento?

    Sim, mas podem existir prazos de carência e regras específicas para resgates parciais ou totais. Além disso, a tributação aplicada pode impactar o valor líquido recebido.


  • Quais são os erros mais comuns ao escolher um plano de previdência privada?

    Os principais erros incluem escolher um plano sem entender a tributação, ignorar as taxas cobradas, não considerar o perfil de risco e não acompanhar o desempenho do investimento ao longo do tempo.


  • Vale a pena investir em previdência privada mesmo tendo outros investimentos?

    Sim, pois a previdência privada oferece benefícios tributários, planejamento sucessório e diversificação da carteira. Ela pode ser uma estratégia complementar para garantir estabilidade financeira no futuro.


Contabilidade e auditoria | Segato Contabilidade


A previdência privada é uma ferramenta essencial para quem deseja um futuro financeiro mais seguro e previsível. Compreender os diferentes tipos de planos e regimes de tributação é fundamental para
tomar uma decisão alinhada ao seu perfil e objetivos.


Se você está planejando investir, analise sua situação tributária, compare as taxas e escolha um fundo compatível com seu horizonte de investimento. Com o planejamento correto, a previdência privada
pode ser um grande diferencial para sua aposentadoria.


Como estão seus planos para investir em previdência privada? Compartilhe nos comentários!


Para mais informações, fale com a
Segato contabilidade, que presta serviços de serviços de contabilidade, auditoria, terceirização e consultoria. Empresas de contabilidade que entendem a realidade do seu negócio podem favorecer todo o seu core business. Clique aqui para entrar em contato.

Fique por dentro de todos os serviços que a Segato tem a oferecer! E não deixe de conferir os conteúdos da central educativa!

Confira mais artigos

como funciona o financiamento
Por Segato Contabilidade 9 de setembro de 2025
Como funciona o financiamento? Conheça os tipos disponíveis, taxas envolvidas e como planejar seu crédito de forma segura e inteligente.
depreciação de bens
Por Segato Contabilidade 2 de setembro de 2025
Como funciona a depreciação de bens e qual seu impacto financeiro na contabilidade, nos impostos e no planejamento estratégico da sua empresa?
aluguel de imóveis
Por Segato Contabilidade 31 de julho de 2025
Saiba como funciona a contabilidade no aluguel de imóveis, evite problemas com o Fisco e otimize seus ganhos com um controle financeiro eficiente.