Reforma tributária 2026: O que muda para empresas e profissionais
Segato Contabilidade • 10 de dezembro de 2025

A reforma tributária de 2026 já figura como uma das transformações mais esperadas no sistema fiscal brasileiro. Com o objetivo de simplificar impostos, reduzir distorções e criar um modelo mais transparente, as mudanças vão impactar empresas, profissionais liberais e microempreendedores.


Neste artigo, você vai descobrir o que está previsto para 2026, como será a transição, quais são as mudanças nos tributos atuais e como se preparar para adaptar seu negócio.
Acompanhe e esteja pronto para os novos padrões.


Panorama da reforma tributária 2026


A reforma tributária de 2026 tem como objetivo modernizar um dos sistemas mais complexos do mundo. A proposta busca reduzir distorções regionais, acabar com a guerra fiscal entre os estados e trazer
mais previsibilidade e transparência para quem empreende no Brasil. Na prática, isso envolve a criação de novos tributos, a substituição gradual dos atuais e a redefinição das regras de cobrança.


Por que essa mudança é necessária?


Hoje, empresas e profissionais enfrentam um sistema confuso e burocrático. Entre os principais problemas:


  • Impostos em cascata que encarecem produtos e serviços;
  • Conflitos constantes entre União, estados e municípios;
  • Falta de transparência na formação dos preços;
  • Dificuldade em apurar e aproveitar créditos tributários.


A reforma surge, portanto, como uma forma de unificar tributos e corrigir essas falhas estruturais.


O que muda com a reforma tributária 2026


Unificação dos tributos sobre consumo


A principal mudança é a
substituição de diversos impostos atuais por dois novos tributos:


CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços)
– substitui PIS e Cofins;


IBS (Imposto sobre Bens e Serviços)
– unifica ICMS (estadual) e ISS (municipal).


Ambos seguem o modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), com foco na não cumulatividade, ou seja, as empresas poderão
abater os créditos dos tributos pagos em etapas anteriores da cadeia.


*
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) terá alíquota zero para a maioria dos produtos, com exceções.


Tributos cobrados no destino e não mais na origem


Hoje, a arrecadação é feita no local de origem do produto ou serviço. Com a reforma, a cobrança será feita no destino, ou seja,
onde o consumo realmente acontece. Essa mudança reduz distorções entre estados e facilita a vida de quem atua em mais de uma região.


Fase de transição começa em 2026


A implementação será gradual. Em 2026, começa um período de testes com alíquotas simbólicas:


CBS: 0,9%

IBS: 0,1%


Essas alíquotas não gerarão impacto imediato no caixa das empresas, mas servirão para
adaptação dos sistemas e processos. As notas fiscais deverão indicar claramente esses novos tributos, ainda que sem efeito financeiro direto neste primeiro momento.


Impactos da reforma para diferentes perfis


MEI e empresas do Simples Nacional


O Simples Nacional será mantido, mas com
adaptações. As empresas optantes poderão continuar nesse regime, com possível obrigação de destacar o IBS e CBS nas notas fiscais em fases posteriores. Para o MEI, é provável que seja exigida a emissão de nota fiscal em todas as vendas.


Profissionais autônomos e liberais


A proposta prevê
regimes específicos para categorias reguladas, como médicos, dentistas, advogados e contadores. Pode haver criação de uma nova faixa de tributação para nanoempreendedores, com alíquotas reduzidas.


Médias e grandes empresas


Essas empresas precisarão atualizar seus sistemas ERP e fiscais para contemplar os novos tributos. A
gestão de créditos tributários será essencial para aproveitar corretamente as compensações e evitar perdas. Transparência nos processos será cada vez mais exigida.


Setor imobiliário e aluguel


Para pessoas físicas:


Aluguéis residenciais de até R$ 600/mês ficarão isentos;

Quem possuir até três imóveis, com rendimento anual de até R$ 240 mil, terá alíquota reduzida.


Cronograma de transição


Ano Etapa principal Observações
2026 Fase piloto: destaque de CBS (0,9%) e IBS (0,1%) Não há cobrança definitiva, mas obrigações acessórias aparecem
2027 Entrada em vigor da CBS federal e Imposto Seletivo Extinção do PIS e Cofins
2029-2032 Redução gradual de ICMS/ISS e aumento progressivo do IBS Transição escalonada
2033 Vigência plena do novo modelo (IVA dual) Todos os tributos antigos de consumo substituídos



Como as empresas devem se preparar para a reforma tributária 2026


Faça um diagnóstico fiscal e contábil


Antes de tudo, é essencial
revisar os tributos pagos hoje. Identifique:


  • Quais créditos você possui (PIS, Cofins, ICMS);
  • Onde estão as maiores cargas;
  • Como o novo modelo afetará sua operação.


Esse passo é
indispensável para montar um plano de transição bem estruturado.


Atualize seus sistemas


ERP e emissores de nota fiscal precisam estar prontos para lidar com CBS e IBS;


A estrutura das notas fiscais será alterada e exigirá novos campos;


A integração entre as áreas
fiscal, contábil e operacional deve ser reforçada.


Faça simulações tributárias


A reforma pode mudar a escolha do regime ideal para sua empresa. É hora de:


  • Simular a carga no modelo atual vs. novo modelo;
  • Ajustar contratos, pró-labore e estruturas societárias;
  • Reavaliar a precificação e a gestão de fluxo de caixa.


Treine sua equipe


Prepare o time fiscal, contábil e administrativo para as novas exigências.


Realize
treinamentos internos e materiais de apoio; atualize manuais operacionais; e ainda, tenha uma comunicação transparente com fornecedores e clientes sobre as mudanças.


Perguntas frequentes


  • O que muda em 2026 com a Reforma Tributária?

    Em 2026 começa a transição para um novo modelo de tributos sobre o consumo. Serão criados o CBS (federal) e o IBS (estadual/municipal), com alíquotas simbólicas e destaque obrigatório nas notas fiscais.


  • Quais são os pontos positivos da Reforma Tributária?

    A reforma promete simplificação tributária, fim da cumulatividade, maior transparência e cobrança no destino, o que pode reduzir distorções e litígios.


  • Quem vai ser prejudicado com a Reforma Tributária?

    Setores com regimes especiais, empresas com incentivos fiscais e prestadores de serviço de alto valor agregado podem sofrer impactos negativos ou aumento de carga tributária.

  • Quais impostos serão extintos com a Reforma Tributária?

    Serão substituídos gradualmente: PIS, Cofins, ICMS e ISS. O IPI também será reduzido a zero para a maioria dos produtos, com exceções pontuais.


  • Quais são os pontos negativos da Reforma Tributária?

    Possível aumento da carga em alguns setores, incertezas na fase de transição, fim de incentivos fiscais e necessidade de adaptação tecnológica e contábil.


  • O que muda para quem está no Simples Nacional ou MEI?

    Empresas optantes pelo Simples continuarão com regime diferenciado. No entanto, podem ter que destacar o IBS e CBS nas notas fiscais futuramente. MEIs poderão ser obrigados a emitir nota fiscal em todas as operações.


  • Quando começa a valer a reforma tributária?

    A transição começa em 2026, com fase de testes e alíquotas simbólicas (CBS de 0,9% e IBS de 0,1%). A implementação completa será gradual, estendendo-se até 2033.


  • Profissionais liberais e autônomos terão mudanças na tributação?

    Sim. Algumas atividades reguladas terão regimes específicos e novas alíquotas. Quem fatura menos pode ser enquadrado como “nanoempreendedor”, com condições mais favoráveis.


  • O que as empresas devem fazer agora para se preparar?

    Diagnosticar a situação atual, atualizar sistemas, treinar a equipe, revisar contratos e realizar simulações. Antecipar a adaptação é o caminho mais seguro para não ser surpreendido.


  • Empresas que hoje possuem incentivos fiscais estaduais ou municipais vão perdê-los com a reforma?

    A tendência é que muitos incentivos fiscais vinculados a ICMS e ISS deixem de existir ou sejam extintos gradualmente, o que pode impactar diretamente a rentabilidade de negócios que hoje dependem desses benefícios.


  • A mudança para tributação no destino impacta minha estratégia de abertura de filiais em outros estados?

    Sim. Com a tributação no destino, os benefícios de abrir filiais em estados com menor carga tributária deixam de existir. A estratégia de expansão deverá considerar o local do consumidor final, e não mais apenas a estrutura fiscal estadual.


  • Empresas que prestam serviços para órgãos públicos precisarão revisar seus preços?

    Sim. Com a mudança na incidência e alíquota dos tributos, contratos com órgãos públicos devem ser renegociados para garantir equilíbrio econômico-financeiro, evitando prejuízos.


  • A reforma muda o conceito de insumo utilizado para crédito tributário?

    A definição de insumo tende a ser mais ampla e padronizada com a CBS e o IBS, o que pode aumentar as possibilidades de crédito. Mas isso exigirá cuidado técnico para não gerar autuações por aproveitamento indevido.


  • As empresas serão obrigadas a destacar o CBS e IBS nas notas fiscais desde 2026, mesmo sem cobrança efetiva?

    Sim. A fase piloto exige o destaque simbólico desses tributos nas notas fiscais, o que obriga adaptações nos sistemas e na comunicação com clientes e contadores, mesmo antes da cobrança real.


  • Quais riscos podem surgir se minha empresa não se adaptar até 2026?

    Empresas que não se prepararem correm risco de descumprir obrigações acessórias, perder créditos tributários, enfrentar penalidades e comprometer sua saúde financeira durante a transição.


  • Quais mudanças devem ser feitas nos relatórios gerenciais e no controle financeiro para acompanhar os novos tributos?

    Será necessário criar novos indicadores de performance relacionados à CBS e IBS, além de atualizar relatórios de DRE, fluxo de caixa e precificação para refletir corretamente a nova estrutura tributária.



Contabilidade e auditoria | Segato Contabilidade


A reforma tributária de 2026 traz mudanças profundas e inevitáveis para empresas e profissionais em todo o Brasil. A migração para o novo modelo tributário baseado em IBS e CBS promete simplificar o sistema de consumo, eliminar impostos cumulativos e garantir maior transparência. Mas isso
exige preparo: diagnóstico fiscal, sistemas atualizados e planejamento bem alinhado são essenciais para não ser pego desprevenido. Se você quer acompanhar as novidades e assegurar que seu negócio pague o mínimo legal, é hora de agir.


Você já começou a adaptar sua empresa para 2026 ou vai esperar que os testes comecem para correr atrás?


Para mais informações, fale com a
Segato contabilidade, que presta serviços de serviços de contabilidade, auditoria, terceirização e consultoria. Empresas de contabilidade que entendem a realidade do seu negócio podem favorecer todo o seu core business. Clique aqui para entrar em contato.



Fique por dentro de todos os serviços que a Segato tem a oferecer! E não deixe de conferir os conteúdos da central educativa!

Confira mais artigos

dívida
Por Segato Contabilidade 12 de novembro de 2025
Nem toda dívida é ruim: Descubra quando ela pode impulsionar seus objetivos financeiros e quando representa um risco à saúde do seu negócio.
impostos para médicos
Por Segato Contabilidade 5 de novembro de 2025
Conheça quais impostos os médicos devem pagar e como reduzir legalmente a carga tributária com estratégias contábeis eficazes.
contabilidade para e-commerce
Por Segato Contabilidade 29 de outubro de 2025
Entenda como reduzir legalmente a carga tributária com uma contabilidade para e-commerce estratégica, eficiente e adaptada às exigências do seu negócio.