Impostos para médicos: Quais pagar e como reduzir a carga
Segato Contabilidade • 5 de novembro de 2025

A carga tributária sobre médicos pode impactar significativamente a rentabilidade de clínicas e consultórios. Muitos profissionais da saúde se deparam com dúvidas como: “Devo atuar como pessoa física ou jurídica?”, “Quais são os impostos obrigatórios?” ou “Como posso pagar menos impostos legalmente?”. 


Neste artigo, vamos esclarecer os principais impostos para médicos, explicar como eles funcionam e apresentar estratégias legítimas para reduzir o peso tributário sem descumprir as normas fiscais.
Continue a leitura e entenda como otimizar sua gestão financeira de forma segura e estratégica.


Atuação como pessoa física ou jurídica


Atuação como pessoa física


Quando o médico trabalha como
autônomo (sem CNPJ), ele recolhe tributos como pessoa física por meio do carnê-leão. Nesse cenário, é importante saber que:


  • A alíquota do Imposto de Renda (IRPF) pode chegar a 27,5% da receita mensal;
  • A contribuição ao INSS é obrigatória e incide sobre o rendimento bruto, respeitando o teto previdenciário;
  • Não é possível deduzir despesas como aluguel, secretária ou materiais usados no atendimento.


Por isso, esse formato
tende a ser menos vantajoso para profissionais com faturamento mais elevado, que acabam arcando com uma carga tributária significativa.


Atuação como pessoa jurídica (PJ)


Ao abrir um CNPJ, o médico pode escolher o
regime tributário mais estratégico e, com isso, reduzir legalmente a carga tributária. Também é possível deduzir diversas despesas operacionais e optar entre os regimes Simples Nacional ou Lucro Presumido, de acordo com o perfil da atuação médica.


Quais são os principais impostos para médicos?


Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)


Aplicável para médicos que atuam como
autônomos;

Alíquotas progressivas de 7,5% a 27,5%;

A apuração mensal é feita via carnê-leão, com ajuste na declaração anual.


INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)


Contribuição
obrigatória para médicos sem CNPJ;

Alíquota varia de 11% a 20%, dependendo do enquadramento;

Em 2025, o teto da contribuição é de R$ 8.157,41.


Impostos no Simples Nacional


Para médicos com CNPJ que optam pelo
Simples Nacional:


  • Alíquotas iniciais a partir de 6% sobre o faturamento bruto;
  • A tributação varia de acordo com a faixa de receita e o Fator R;
  • O enquadramento correto pode garantir alíquotas menores (Anexo III).


Impostos no Lucro Presumido


Para médicos que escolhem atuar pelo Lucro Presumido, os tributos incluem:


IRPJ:
15% sobre o lucro presumido;

CSLL: 9%;

PIS e COFINS: 3,65% no total;

ISS: entre 2% e 5%, de acordo com o município onde o serviço é prestado.


Entendendo o Fator R no Simples Nacional


O Fator R é um cálculo que determina em qual anexo do Simples Nacional a atividade médica será
enquadrada:


Se a folha de pagamento for
igual ou superior a 28% do faturamento bruto, a empresa pode ser enquadrada no Anexo III (menor carga tributária);


Se for inferior a esse percentual, o enquadramento será no
Anexo V, com alíquotas mais altas.


Como calcular:


Fator R = (Folha de pagamento dos últimos 12 meses) / (Faturamento bruto dos últimos 12 meses)


Resultados:


Fator R acima de 28% → Anexo III (alíquota menor)

Fator R abaixo de 28% → Anexo V (alíquota maior)


Dica prática:
Manter uma boa folha de pagamento (como pró-labore e benefícios) ajuda a enquadrar no Anexo III.


Como reduzir legalmente os impostos para médicos?


Abrir uma empresa médica (CNPJ)


A atuação como pessoa jurídica permite:


  • Deduzir despesas operacionais (aluguel, contador, secretária, insumos, etc.);
  • Escolher o regime tributário mais vantajoso;
  • Ter um controle mais eficiente das finanças da clínica.


Fazer simulações comparativas


Contadores especializados
realizam simulações entre:


Pessoa física (PF);

Simples Nacional;

Lucro Presumido.


Essas comparações são feitas com base no faturamento mensal, número de funcionários, localização da clínica e custos operacionais.


Gestão estratégica do pró-labore


Definir um valor adequado para o pró-labore
impacta diretamente o enquadramento no Fator R e pode trazer vantagens tributárias. Além disso:


  • O valor pago como pró-labore entra como despesa operacional;
  • Garante a contribuição ao INSS;
  • Reduz a base de cálculo de alguns tributos.


Cumprir as obrigações em dia e aproveitar benefícios


Estar em dia com os tributos abre espaço para benefícios como:


Acesso a parcelamentos especiais;

Participação em incentivos fiscais municipais;

Planejamento tributário com foco na prevenção de riscos.


Exemplo prático: Quanto pode ser economizado?


Imagine um médico com faturamento mensal de R$ 30.000:


Como
pessoa física, o pagamento de IR + INSS pode chegar a R$ 8.250 (27,5% + 11%);


Como
PJ no Simples Nacional (Anexo III), o valor seria em torno de R$ 2.700 (alíquota de 9%);


Economia mensal: R$ 5.550;

Economia anual: R$ 66.600.


Esse cenário mostra o potencial de economia tributária que uma boa estrutura contábil pode proporcionar ao profissional de saúde.


(Fonte: Simulação baseada nas tabelas do Simples Nacional 2024 e dados da Receita Federal)


Boas práticas para pagar menos impostos sem riscos


  1. Separe as contas, evite misturar finanças pessoais com as da empresa;
  2. Tenha uma contabilidade especializada em saúde que entende as particularidades da área médica;
  3. Utilize sistemas de gestão financeira para organizar receitas, despesas e emissão de notas fiscais;
  4. Mantenha toda a documentação atualizada, facilitando a apuração dos tributos e reduzindo riscos de autuação.


Cuidados para não ter problemas com a Receita Federal


Para não ter problemas com a Receita, recomenda-se:


Nunca omita rendimentos
: operadoras de saúde e bancos compartilham dados com a Receita;


Evite receber por RPA ou como PF, pois a
carga tributária é maior;


Cuidado com e
mpresas de fachada: isso pode configurar fraude e gerar sanções graves;


Emita notas fiscais corretamente
, respeitando a legislação municipal e o tipo de serviço prestado.


Perguntas frequentes


  • Quais impostos o médico paga?

    Médicos podem pagar IRPF, INSS e ISS como pessoa física, ou IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e ISS como pessoa jurídica. A carga tributária varia conforme o regime adotado.


  • É mais vantajoso atuar como pessoa física ou jurídica?

    Em geral, atuar como pessoa jurídica permite pagar menos impostos e deduzir despesas operacionais. Para quem fatura acima de R$ 10 mil mensais, o CNPJ costuma ser a melhor escolha.


  • Qual a melhor tributação para médicos?

    Depende do faturamento, custos fixos e estrutura da clínica, mas a atuação como pessoa jurídica no Simples Nacional (Anexo III) costuma ser mais vantajosa para a maioria dos médicos.


  • Quais são os impostos pagos por médicos no Lucro Presumido?

    No Lucro Presumido, médicos pagam IRPJ (15%), CSLL (9%), PIS (0,65%), COFINS (3%) e ISS (2% a 5%). É uma alternativa viável para clínicas com custos altos e que não se beneficiam do Fator R.


  • Qual a alíquota do Simples Nacional para médicos?

    As alíquotas iniciam em 6% no Anexo III, podendo chegar a 33%, dependendo do faturamento anual e do Fator R (relação entre folha de pagamento e receita bruta).


  • O que é o RPA para médicos?

    O RPA (Recibo de Pagamento a Autônomo) é usado quando o médico presta serviços como pessoa física, sem CNPJ. Nesse modelo, há retenção de INSS, IR e ISS na fonte.


  • O que é o Fator R e como ele impacta nos impostos do médico?

    O Fator R é um cálculo que define se o médico será tributado no Anexo III (alíquota menor) ou V (alíquota maior) do Simples Nacional. Se a folha de pagamento for ≥ 28% do faturamento, a carga tributária é reduzida.


  • Como calcular o pró-labore ideal para reduzir impostos?

    O pró-labore deve ser suficiente para atingir o Fator R, sem comprometer o caixa da empresa. Um contador pode calcular o valor ideal para equilibrar contribuição previdenciária e benefício tributário.


  • Médicos podem deduzir despesas operacionais no CNPJ?

    Sim. Despesas como aluguel, secretária, contador, materiais médicos e software de gestão podem ser abatidas da base de cálculo, reduzindo a carga tributária de forma legal.


  • Como funciona o desconto do INSS para médicos?

    Médicos autônomos contribuem com até 20% sobre o rendimento bruto, limitado ao teto do INSS (R$ 7.786,02 em 2025). Como PJ, contribuem apenas sobre o pró-labore.


  • A contribuição ao INSS continua sendo obrigatória para médicos com CNPJ?

    Sim. O médico deve contribuir como pró-labore, com alíquota de 11% sobre o valor definido, respeitando o teto do INSS. Essa contribuição garante benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-doença.


  • Quanto desconta o PJ médico?

    O desconto como PJ varia conforme o regime tributário: no Simples Nacional (Anexo III), pode começar em 6%; no Lucro Presumido, chega a cerca de 13,33% mais ISS. O valor exato depende do faturamento e da estrutura do negócio.


  • Existe risco de pagar imposto em duplicidade ao atender em vários locais?

    Sim. Médicos que recebem por RPA ou como PF em diversos estabelecimentos podem acumular impostos sem perceber, além de correrem o risco de cair na malha fina por inconsistências nos rendimentos declarados.


  • Como reduzir impostos de médicos?

    Atuar como pessoa jurídica, definir pró-labore estratégico, deduzir despesas operacionais e manter planejamento tributário com apoio contábil especializado são medidas eficazes para reduzir a carga tributária.


  • O que muda na reforma tributária para médicos?

    A reforma prevê unificação de tributos e criação do IBS e CBS. Médicos no Simples podem ter poucas mudanças, mas quem atua como PJ fora do Simples pode enfrentar alíquotas mais altas e regras mais rígidas de compensação de créditos.



Contabilidade e auditoria | Segato Contabilidade


A carga tributária para profissionais da saúde pode ser alta, mas com o apoio de uma
contabilidade especializada e um planejamento adequado, é possível reduzir legalmente os impostos para médicos e melhorar a saúde financeira do consultório. Avaliar o regime ideal, conhecer os impostos incidentes e manter a regularidade fiscal são passos essenciais para qualquer médico que deseja atuar de forma sustentável, segura e lucrativa.


Se você é médico e ainda não sabe se está pagando mais impostos do que deveria, que tal agendar uma conversa com um especialista? Esse pode ser o primeiro passo para
melhorar sua rentabilidade e ter mais tranquilidade no dia a dia.


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